As mudanças que ocorreram ao longo das últimas semanas no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade têm o potencial de impactar a prática do montanhismo e da escalada, bem como a proteção da biodiversidade e ecossistemas nas unidades de conservação federais (UCs). A movimentação une sedes de distintas UCs em Núcleos de Gestão Integrada (NGIs), o que faz pouco sentido geográfico e ecológico, pois:
a. Desloca as decisões para uma sede geograficamente distante das UCs, dificultando a gestão participativa e a atuação dos conselhos, o manejo da recreação e visitação e a fiscalização.
b. Une nessa mesma sede e processo de decisão relativo a biomas e contextos socioculturais distintos que deveriam ser tratados nas suas especificidades para uma maior eficácia e alcance de objetivos de conservação e manejo.
c. Junta distintas categorias de UCs, que possuem objetivos de manejo díspares, exigindo estratégias personalizadas de ação e perfis específicos de gestores para uma gestão eficaz.
Algumas UCs de montanha que estão diretamente impactadas por esta ação são: os Parques Nacionais da Serra dos Órgãos, Bocaina e do Peruaçu (Portarias de criação dos Núcleos de Gestão Integradas Teresópolis, Paraty e Januária, respectivamente)
Dada à falta de clareza nas motivações, estruturas e impactos dessas mudanças, a Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada enviou ofício o Ofício CBME 2020/0001 ao ICMBio manifestando preocupações e solicitando esclarecimentos sobre esta reestruturação.